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O papel do Open Banking e das fintechs em meio à pandemia

Como a abertura do mercado financeiro pode contribuir para a recuperação pós-covid

Não há registros na história de um período em que a humanidade tenha enfrentado uma situação de confinamento e crise em escala global como a que estamos passando atualmente. Diante disso, muitas alternativas são discutidas para o enfrentamento da situação e questões econômicas aparecem com destaque entre as pautas.

Se os avanços no ecossistema das fintechs e na regulamentação do open banking já eram urgentes antes da pandemia do coronavírus, no cenário atual se tornaram ainda mais relevantes. Entre os diversos impactos do isolamento social sem precedentes, a aceleração da transformação digital é um dos pontos mais evidentes e, no sistema financeiro, se mostrou essencial para que as pessoas pudessem respeitar as recomendações de ficar em casa sem paralisar suas atividades. No médio e longo prazo, a inovação terá um papel mais profundo no sentido de minimizar os efeitos da crise com a democratização de serviços financeiros e outras vantagens.

Open banking

Em meio a debates sobre o que é prioridade durante a crise, é importante que a regulamentação do open banking continue evoluindo. Para poder se recuperar o mais breve possível, mais do que nunca o nosso país precisa que o open banking avance e se torne uma realidade, como já é em países como Austrália e Reino Unido. Continuar com um sistema financeiro sem a abertura de dados é ficar estagnado em um momento em que a inovação ditará as regras.

A pandemia do novo coronavírus está impulsionando mudanças sociais, comportamentais e econômicas e, ao facilitar acesso ao crédito e a serviços financeiros diferenciados com custos menores, o open banking trará uma grande contribuição a toda a sociedade.

Mais fintechs, mais vantagens

O compartilhamento padronizado de dados e serviços por instituições financeiras permitirá a entrada de mais fintechs no mercado e, consequentemente, a competitividade entre os players do setor aumentará. Isso representa mais inclusão e empoderamento para o consumidor, que passa a poder escolher entre serviços mais inovadores e vantajosos. Entre os principais motivos listados pelos clientes que utilizam serviços bancários de fintechs estão o custo baixo com serviços ágeis, intuitivos e personalizados. Enquanto em algumas empresas, o pagamento de um débito pode demorar de 2 a 3 dias para ser efetuado, nas fintechs o débito cai em até 24h, o que contribui para dinamiza toda uma cadeia que precisa de movimento para se recuperar.

Com tecnologia de ponta, as fintechs fomentam o ingresso de mais pessoas no sistema financeiro digital e agilizam o atendimento dos clientes. Segundo a Associação Brasileira de Internet (Abranet), o país já soma 20 milhões de contas digitais e as transformações trazidas pela pandemia farão esse número crescer aceleradamente. Um exemplo é o auxilio emergencial do governo, que motivará a abertura de contas digitais por parte dos desbancarizados. Além disso, as fintechs também terão papel de destaque no repasse de crédito aos micros e pequenos empresários, o que já foi autorizado pelo Banco Central.

Fintechs e a concorrência

A concorrência promovida pelo aumento do número de fintechs incentiva a inovação, a oferta de serviços de qualidade e a queda dos preços. Em qualquer segmento, a concorrência favorece um mercado mais saudável e bem preparado. Não seria diferente no setor financeiro. Com as fintechs, pessoas e empresas que utilizavam os grandes bancos poderão encontrar nas fintechs alternativas para minimizar os efeitos da crise, contando com melhores taxas, juros mais acessíveis e atendimento 100% online. A concentração dos serviços em poucas instituições nunca é o melhor para o consumidor. Em 2019, os quatro maiores bancos do país apresentaram lucro de R$ 81,5 bilhões, número que salienta a centralização e os valores elevados.

A ampliação do mercado de fintechs, que agregará novos usuários ao sistema e mais movimentações, também contribuirá para mais recolhimento de impostos, o que será importante para a retomada da economia.

Em suma, o open banking e as fintechs serão grandes facilitadoras do processo de restruturação pós-covid, diminuindo a burocracia e ampliando a oferta de serviços. Empréstimo direto, menos juros e custos, mais agilidade e inclusão social farão a diferença para milhares de empresas e cidadãos que precisarão se reerguer.

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